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quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Os benefícios do sol para a pele


Por Cristina Amorim

Um estudo publicado recentemente na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (www.pnas.org) sugere que é melhor se expor ao sol do que se esconder dele. Segundo o estudo, os benefícios associados à produção de vitamina D, como a proteção contra alguns tipos de câncer, sobretudo os de mama, suplantam os riscos associados ao câncer de pele.

O trabalho foi conduzido por cientistas americanos e noruegueses, com base em populações escandinavas e britânicas que passam longas temporadas invernais. Eles compararam os níveis de vitamina D em pessoas que moram em regiões mais próximas do Pólo Norte com moradores da Austrália.

Ainda assim, o coordenador do estudo, o biofísico Richard B. Setlow, do Laboratório Nacional Brookhaven, nos Estados Unidos, acredita que o resultado é válido também para moradores do Brasil. "Nas muitas visitas que fiz ao Brasil, percebi que a cor da maioria dos brasileiros era ligeiramente mais escura (e mais resistente à radiação) do que a de um branco puro. Um efeito positivo seria, então, maior do que um negativo", disse.

A vitamina D, produzida a partir dos raios ultravioleta, apresenta dois efeitos aparentemente opostos. Ao mesmo tempo em que aumenta a proteção contra o desenvolvimento de tumores e doenças como osteoporose, pode levar ao surgimento de melanomas.

Setlow e outros três pesquisadores viram que os australianos se expõem mais ao sol do que moradores do Hemisfério Norte e, portanto, têm níveis mais altos da vitamina D: 3,4 vezes mais do que os britânicos e 4,8 vezes do que os escandinavos. Os australianos também são menos atingidos por cânceres de próstata, mama e pulmão.

O dermatologista Marcus Maia, coordenador do programa nacional de controle do câncer de pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alerta que as pessoas não devem deixar totalmente a proteção de lado em prol de uma produção alta de vitamina D. O bom senso é tão importante quanto um bom filtro solar. "Nós, dermatologistas, não estamos colocando nenhuma população em risco ao pedir cuidado", diz.

Ele cita um trabalho que fez em 2005 com moradores de São Paulo. Os níveis da vitamina D são encontrados em níveis ideais tanto entre pacientes de melanoma, que usam filtro solar constantemente, quanto entre pessoas que nunca se protegem. "Claro que os fotoexpostos produzem mais vitamina, mas os dois grupos estavam na faixa do ideal e nenhum dos grupos apresentou osteoporose."



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