De acordo com estatísticas do FDA (Food and Drug Administration), cerca de 1 milhão de casos são registrados anualmente em todo o mundo. Os registros envolvem todos os tipos de câncer de pele, sendo 40 mil casos de melanoma cutâneo, o tipo mais fatal de câncer de pele.
Por ser um câncer que compromete inicialmente a pele, o diagnóstico precoce pode ser feito na maioria dos casos apenas com exame físico (análise da pele por um dermatologista), dispensando a necessidade de exames sofisticados. O diagnóstico precoce é a chave para o tratamento de qualquer tipo de câncer, e também para o câncer de pele. Porém, mais importante ainda que o diagnóstico precoce é a prevenção, ou seja, evitar que ele apareça.
A prevenção deve abordar diversos aspectos, mas o mais importante é evitar a exposição aos raios ultravioleta, que são os principais causadores dos cânceres de pele. O uso diário do protetor solar é a melhor maneira de proteger a pele dos raios UVA e UVB.
Criança e o Sol: todo cuidado é pouco
As crianças se expõem ao sol três vezes mais que os adultos. A exposição solar em excesso até os 18 anos aumenta o risco de câncer de pele na idade adulta. Por isso, vale ressaltar que 80% da exposição solar de uma pessoa acontece neste período da vida, devido, principalmente, ao excesso de atividades ao ar livre.
O protetor solar deve ser usado regularmente. As crianças com queimaduras de sol dolorosas ou com bolhas têm o dobro de risco de desenvolver melanoma maligno. O uso regular do protetor solar nos primeiros 18 anos de vida reduz em 78% as chances de desenvolver câncer de pele na fase adulta.
Apesar dos contrapontos, o Sol é um dos responsáveis para a síntese de vitamina D, por isso, a exposição moderada com o uso do protetor é benéfica. Para síntese de vitamina D, basta exposição por 20 minutos, do sol da manhã ou fim da tarde, 2 vezes por semana. O FDA recomenda o uso de protetores solares apenas após os 6 meses de vida, quando a estrutura de pele da criança torna-se muito semelhante a do adulto. Mesmo assim, o ideal é que as crianças utilizem loções hipoalergênicas e não fiquem diretamente expostas ao sol.
DÚVIDAS FREQUENTES:
1- É verdade que o mormaço queima mais que o sol? NÃO, queima igual. O problema é que sentimos menos calor e, por isso, ficamos mais tempo expostos quando está nublado e nos queimamos mais. As medidas de fotoproteção devem ser seguidas sempre, esteja sol ou nublado.
2- De manhã cedo e a tardezinha não tem radiação UV? Mentira. A radiação UVA é constante, porém a radiação UVB é menor nestes períodos do dia.
3- Todo mundo gosta de estar moreno. Ficar bronzeado faz bem? NÃO! O bronzeado é uma espécie de escudo protetor que o corpo tenta fazer para bloquear os raios UV. Significa que o núcleo de algumas células está sendo bombardeado por radiações, e ocorre a produção do pigmento, numa tentativa de defesa do corpo. Como a defesa contra a destruição de algumas células poderia ser benéfica para o corpo? Concluindo, bronzear-se faz mal à pele.
4- O câncer de pele é mais raro nos negros? SIM, as pessoas brancas têm mais câncer de pele que os negros e orientais, pois tem menor proteção natural. Quanto mais claro maior a incidência de tumores cutâneos e maior a necessidade de se proteger. Os mais sensíveis são as pessoas loiras, ruivas e com olhos claros, que raramente se bronzeiam (só ficam vermelhas).
5- Existe tendência familiar ao câncer de pele? Sim. Quem tem algum familiar que tem ou teve câncer de pele, tem mais chance de ter um ao longo da vida.
6- Como desconfiar de um câncer de pele? Devemos estar atentos a dois tipos distintos de lesões:
A- Manchas escuras na pele, parecidas com pintas. Os sinais que chamam a atenção são: crescimento rápido da pinta, presença de contornos irregulares, mais de 2 cores na mesma lesão, diâmetro maior que 5 milímetros, formato irregular da pinta (não é redonda, superfície irregular). Estas características são do melanoma, o tumor mais grave da pele. Se detectado e tratado no começo, tem altos índices de cura.
B- Os sinais dos tumores de pele mais comuns (carcinoma basocelular e espinocelular) são: lesões na pele parecidas com espinhas ou picadas de insetos, bolinhas peroladas (esbranquiçadas) na superfície da pele, feridas que não cicatrizam e de vez em quando sangram, áreas endurecidas parecidas com cicatrizes e casquinhas ásperas. Estes tumores têm menos chance de espalhar pelo corpo, porém causam grande destruição local, principalmente se não tratados adequadamente.
Na dúvida, sempre consulte seu dermatologista.
7- Como é o tratamento dos tumores de pele? O tratamento é a destruição ou remoção do tumor, queimando ou operando. O tratamento vai depender do tipo de tumor, seu tamanho, localização, se já foi operado antes e condições clínicas do paciente. A cirurgia que oferece os maiores índices de cura é a cirurgia micrográfica de Mohs; ela também permite remover o mínimo de tecido sadio ao redor do tumor, com melhores resultados estéticos e funcionais.
Fontes:
Dr. Luiz Roberto Terzian, médico dermatologista, consultor do Centro de Pesquisa e desenvolvimento dos laboratórios Stiefel, líder mundial em dermatologia.
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